15 de agosto de 2012

Especial: O ÊXODO [parte 2]


Na primeira parte do especial sobre a saída dos hebreus do Egito, vimos algumas comparações do que foi escrito por Moisés no livro do Êxodo com algumas fontes extra-bíblicas, como é o caso do Papiro de Ipuwer, de alguns testemunhos históricos de Josefo,  Diodoro e Herodoto e de inscrições em algumas paredes de tumbas egípcias.

Nesta segunda parte iremos tratar mais profundamente a parte da travessia do mar vermelho. Quais são os achados arqueológicos no fundo do mar? E na praia? As evidências batem com a dinastia do faraó do Egito da época? Confira conosco nessa segunda parte do Especial sobre o Êxodo!


Muito se debate sobre o possível local da travessia do mar. Em 1988, Bob Cornuke, um explorador americano, defendeu a teoria de que a travessia teria sido no Estreito de Tiran, onde existe uma "ponte de terra" no nível do mar entre o Egito e a Arábia Saudita. Segundo a teoria, a maré havia baixado possibilitando a passagem dos israelitas e logo após subiu, afogando os egípcios. Porém, não foram encontradas evidências para comprovar sua teoria e o local é relativamente raso não sendo suficiente para afogar um exército de mais de 600 homens, fora o número de cavalos e carruagens de batalha.

Landbridge (Ponte de Terra)

Moisés foi claro em relatar o que viu: um vento oriental penetrou no mar formando "muros de água". É bem diferente de uma "ponte de terra"!

O local em que se obteve mais indícios da passagem dos hebreus, foi a praia de Neweiba, no Golfo de Ácaba, no Egito. Foi a única praia do Mar Vermelho com área suficientemente grande para suportar aproximadamente 2 milhões de pessoas, fora animais e objetos.

Até este ponto, calculou-se que o povo hebreu teria caminhado mais de 300km em 6 dias, praticamente sem parar (havia alimentos somente para 7 dias cf. Ex 13.6-8)

Praia de Neweiba, possível local da travessia

Foto de satélite da região. Os hebreus vieram do norte cf. êx.14.2

Um outro ponto que sustenta o local exato como sendo a praia de Neweiba é a planície no fundo do mar. Através de mapeamento topográfico (imagens abaixo), constatou-se que o mar é profundo ao sul (1700m) e ao norte (900m), e que formam uma espécie de ponte!  Foram encontradas rochas agrupadas em linha reta na beira desta planície fazendo-a parecer uma estrada.

A distância entre a costa egípcia e a árabe é de cerca de 18 Km e calcula-se que a largura do caminho feito pelo afastamento das águas tenha aproximadamente 900 metros. Levando-se em consideração o forte vento nas laterais e que uma pessoa a passos largos (sem correr) leve 3 horas e meia para percorrer essa distância, estima-se que a travessia de quase 3 milhões de pessoas e de muitos animais (cf. Êx 12.38) possa ter levado umas 6 horas.



No mapa abaixo, as medidas estão em metros. A parte mais profunda da travessia, onde as águas secaram,  é de 109m. Note que o norte tem 948m e ao sul 1720m de profundidade, formando portanto uma "ponte submersa". Este mapa pode ser comparado ao da foto acima.



A próxima foto mostra a vista da praia de Neweiba ao entardecer. Segundo Êxodo 14.20,24, a travessia foi feita durante a noite e o amanhecer, portanto os hebreus teriam visto imagem semelhante a esta logo após o afogamento dos egípcios.



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Possivelmente no local da foto abaixo, um pouco mais para a esquerda, teria acontecido a festa dos hebreus (Êxodo 15.1-21) pois foi encontrada uma coluna comemorativa erguida pro Salomão neste local. Ao fundo está a praia onde estavam acampados antes da travessia.

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Esta outra mostra o local onde Faraó teria avistado o acampamento dos hebreus na praia antes da travessia (Êxodo 14.9-10). É o único caminho para a praia.


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Foram encontradas duas colunas em estilo fenício sendo uma na praia do lado egípcio (Nuweiba) e outra do lado árabe. A primeira encontrada foi no lado egípcio em 1978 onde havia uma inscrição em hebraico destruída pela erosão (a parte inferior estava no mar) praticamente ilegível. A segunda, em 1984, no lado árabe é idêntica, tem a mesma inscrição em hebraico e tem legível as palavras: Egito; Salomão; Edom; morte; faraó; Moisés; e Jeová significando que foi erguida por Salomão, em honra a Jeová, e dedicada ao milagre da travessia do Mar Vermelho por Moisés e a destruição do exército egípcio. Semanas depois a coluna foi retirada e colocado um marcador-bandeira em seu lugar. Os árabes não apreciam estrangeiros pesquisando em sua terra, principalmente judeus e americanos. Durante o reinado de Salomão, Israel foi uma potência no Oriente Médio onde obteve o controle marítimo da região (1 Reis 9.26 e II Crônicas 8.17). Há uma referência em Isaías 19.19 que acredita-se ser a coluna do lado egípcio.

A coluna do Egito

A Coluna da Arábia antes...

...E o marcador depois.

O vento com força sobrenatural veio do lado árabe (das montanhas ao fundo) na direção do povo mas se dividiu em duas correntes de ar separando as águas sob a forma de muros que, afastados criaram um caminho sem água (Êxodo 14.22). Dependendo da altura da maré no dia, esses muros de água chegavam a cerca de 100m na parte mais profunda, no meio da travessia. Quando o vento parou, a pressão do retorno das águas foi suficiente para matar e afogar os egípcios! Os capitães nos carros e os cavaleiros de Faraó se afogaram (Êxodo 15.4). Note no mar a pouca profundidade no início da travessia pela sua tonalidade mais clara e a parte mais escura onde é mais profundo.


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Periódicamente pesquisadores mergulham no local da travessia buscando materiais como ossos, cascos, rodas, restos dos carros egípcios entre outros objetos. É normal o mergulho de turistas em busca das belas paisagens submarinas e alguns até encontram esses materiais. Abaixo estão alguns dos achados no fundo do mar em profundidades de até 60m a partir de 1978 por Wyatt. 



Fêmur humano

Agrupamento de costelas humanas.

Naquele dia, o afastamento das águas criou um caminho limpo de obstáculos que parcialmente existe até hoje. Neste local, as formações de corais são bem diferentes das outras áreas do golfo.


Alinhamento das rochas localizado na lateral da travessia

Foram encontradas também, rodas de 4, 6 e 8 raios. As rodas de 8 raios só foram fabricadas na 18a dinastia dos faraós. O rei do Egito usou toda a sua frota de carros (Êxodo 14.6-7) com todos os tipos de rodas existentes. Estas foram encontradas próximas da costa árabe. 


Rodas com eixos incrustados de corais


Duas rodas com eixo

As rodas folheadas com metal (ouro com prata) cuja madeira se decompôs com o tempo, provavelmente eram dos carros dos oficiais, praticamente não foram cobertas pelos corais. Uma relíquia arqueológica!




Reconstituição (abaixo) retirando os corais de uma roda de 8 raios. Nota-se a ausência de um deles. 



Roda de 6 raios com eixo. Um detector de metais submarino acusou presença de ferro nesta formação próxima da costa egípcia.


Os Hicsos, povo semita que conquistou e dominou parte do Egito durante cerca de um século, introduziram os carros de guerra no país. Foram expulsos pelo faraó Amósis (1540-1515 AC) alguns séculos antes do Êxodo. Esta mudança levou os hebreus à escravidão. A foto abaixo é de um carro egípcio da época. Era da 18a dinastia dos faraós e é notável a semelhança com as rodas encontradas no mar.

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Termino esta parte do especial com apenas um versículo: 
"Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.(Hebreus 4:12)
Fique ligado para as próximas partes!
Leandro Duarte 

Fonte: Arqbib

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